segunda-feira, 14 de julho de 2008
!!!J’ai seul la clef de cette parade sauvage!!!
ORQUESTRA DE CÂMARA DO AMAZONAS
Benjamin Britten – Les Illuminations op.18 para tenor e cordas
Benjamin Britten – Serenade op.31 para tenor, trompa e cordas
Direção Musical e regência: Marcelo de Jesus
Solista: Luciano Botelho
Trompa: Wolfgang Ebert
Gravado ao vivo em 13 de setembro de 2007 no Teatro Amazonas
http://rapidshare.com/files/130233488/Serenade_-_Illuminations_-_Britten_-_OCA_-_De_Jesus_-_Botelho.zip
Benjamin Britten
(1913 - 1976)
Britten é o compositor britânico mais conhecido do século 20, graças, sobretudo, à sua ópera Peter Grimes (1945).
Em 1939 mudou-se para os Estados Unidos onde viveu até 1942. Durante este período continuou sua colaboração com Auden em Hymn to St. Cecília e em sua primeira aventura operística logo abandonada, Paul Bunvan.
Na sua volta para Inglaterra realizou turnês e compôs sua famosa ópera Peter Grimes, baseada no poema de George Crabbe. O êxito desta obra converteu o compositor na máxima figura da música inglesa consagrando-o como um compositor internacional de óperas.
A cantata War Requiem, estreada na inauguração da nova catedral de Coventry, reconstruída em 1962, foi concebida em memória das vítimas dos bombardeios alemães sobre a cidade. Por sua vez, o Réquiem era inspirado na Sinfonia do Réquiem, composta imediatamente após a destruição da igreja em 1940, e dedicada às vítimas da guerra sino-japonesa. Em 1947, Britten participou na fundação do English Opera Group, cujo objetivo era a criação e a manutenção de pequenos espaços cênicos. A ópera Gloriana (1953) foi feita para a coroação da rainha Isabel II.
Les Illuminations - Iluminuras
LES ILLUMINATIONS
AS ILUMINAÇÕES
Arthur Rimbaud
( Verlaine e Rimbaud - pintura de Henri Fantin-Latour em 1872)
Em 1938 Britten descobriu a prosa poética do simbolista francês Arthur Rimbaud (18541891) (“infant-terrible”, que recentemente tinha assumido seu caso com Paul Verlaine) provavelmente através de seu amigo W.H.Auden. Altamente carregada de linguagem e imagens coloridas, a obra de Rimbaud inspirou Britten a musicar Les Illuminations, num momento em que ele estava confuso sobre várias relações pessoais, bem como a situação ameaçadora da Europa e, de fato, na sua vida musical na Inglaterra. Britten e Peter Pears partiram para os E.U.A. em maio de 1939 por um período indeterminado. Ele levou com ele o manuscrito do que viria a ser Les Iluminations, que terminou em Amityville, Nova Iorque, em 25 de Outubro de 1938. A estréia foi dada por Sophie Wyss (a quem foi dedicada a obra) com a Orquestra de Cordas Boyd Neel em 30 de Janeiro de 1940, no Wigmore Hall, Londres.
Britten não ouviu a obra até outubro de 1941, quando ele regeu a Orquestra da CBS na estréia americana com seu companheiro, o tenor Peter Pears, como solista.
(Iluminura Francesa do século XIV)
LES ILLUMINATIONS
AS ILUMINAÇÕES
Der Hornruf (1929) - O trompista renomado
[?Hertha von] Gumppenberg (1897–?)
Fanfarre
J'ai seul la clef de cette parade sauvage.
Fanfarra
Só eu tenho a chave desse desfile selvagem.
Townscape (1967) - Vista da Cidade
José Paulo Moreira da Fonseca (b 1922)
Villes
Ce sont des villes! C'est un peuple pour qui se
sont montés ces Alleghanys et ces Libans de rêve!
Des chalets de cristal et de bois se meuvent sur
des rails et des poulies invisibles. Les vieux
cratères ceints de colosses et de palmiers de
cuivre rugissent mélodieusement dans les feux...
Des cortèges de Mabs en robes rousses, opalines,
montent des ravines. Là-haut, les pieds dans la
cascade et les ronces, les cerfs tettent Diane.
Les Bacchantes des banlieues sanglotent et la
lune brûle et hurle. Vénus entre dans les cavernes
des forgerons et des ermites. Des groupes de
beffrois chantent les idées des peuples. Des
châteaux bâtis en os sort la musique inconnue...
Le paradis des orages s'effondre... Les sauvages
dansent sans cesse la fête de la nuit...
Quels bons bras, quelle belle heure me rendront
cette région d'où viennent mes sommeils et mes
moindres mouvements?
Cidades
Que cidades! É um povo para o qual
foram montados Apalaches e Líbanos de sonho!
Chalés de cristal e madeira deslizam sobre
trilhos e polias invisíveis. Crateras ancestrais
circundadas de colossos e palmeiras
de cobre rugem melodiosamente dentro dos fogos...
Cortejos de Mabs em robes russos, opalinas,
trepam nas ravinas. E lá em cima, as patas
nas sarças e cascatas, cervos sugam os seios de Diana. Bacantes de suburbio soluçam e a
lua queima e uiva. Vênus penetra nas cavernas
de ferreiros e eremitas. Torres de sinos
cantam as idéias das pessoas. A música
desconhecida escapa dos castelos de ossos.
O paraíso de tempestades despedaça... Selvagens
dançam sem cessar a festa da noite...
Que braços bons, que hora adorável vão me devolver essa região de onde vêm meus sonos e meus movimentos mais sutis?
Firmament over a Frozen Lake (2003) - Firmamento sobre um lago congelado
Keith Grant (b 1930)
Phrase
J'ai tendu des cordes de clocher à clocher; des
guirlandes de fenêtre à fenêtre; des chaînes d'or
d'étoile à étoile, et je danse.
Frase
Estendi cordas de campanário a campanário; guirlandas de janela a janela; correntes de ouro de estrela a estrela, e danço.
Fotografia de Benjamin Britten e o "Fauno"(1966)
O "Fauno" é uma das esculturas favoritas de Britten.
Antiques
Gracieux fils de Pan! Autour de ton front couronné
de fleurettes et de baies, tes yeux, des boules
précieuses, remeunt. Tachées de lies brunes, tes
joues se creusent. Tes crocs luisent. Ta poitrine
ressemble à une cithare, des tintements circulent
dans tes bras blonds. Ton coeur bat dans ce ventre
où dort le double sexe. Promène-toi, la nuit, la nuit en
en mouvant doucement cette cuisse, cette seconde
cuisse et cette jambe de gauche.
Antigo
Gracioso filho de Pan! Em volta de tua fronte coroada
de florzinhas e bagas teus olhos,
gemas preciosas, se movem. Manchada de fezes cinzas,
a cova das faces. Tuas presas reluzem. Teu peitinho
parece uma cítara, sininhos circulam
no bronze dos teus braços. Teu coração bate nesse ventre onde dorme o duplo sexo. Passeie pela noite,
mexe essa coxa, docemente, mexe essa outra,
e essa perna torta.
Desenhos para uma produção desconhecida do Royal Opera House(Sem data definida)
Royauté
Un beau matin, chez un peuple fort doux, un homme
et une femme superbes criaient sur la place
publique: "Mes amis, je veux qu'elle soit reine!"
"Je veux être reine!" Elle riait et tremblait. Il
parlait aux amis de révélation, d'épreuve terminée.
Ils se pâmaient l'un contre l'autre.
En effet ils furent rois toute une matinée où les
tentures carminées se relevèrent sur les maisons,
et toute l'après-midi, où ils s'avancèrent du côté
des jardins de palmes.
Realeza
Numa bela manhã, em meio a gente doce, um homem
e uma mulher soberbos gritavam pela praça pública: “Amigos, quero que ela seja rainha!”
“Quero ser rainha!” Ela ria e tremia.
Ela falava aos amigos de revelação, de uma provação terminada. Eles desmaiavam um no outro.
De fato, eles foram reis por uma manhã inteira, em que tapeçarias carminadas se estenderam sobre as casas, e a tarde inteira, em que eles avançaram do lado do jardim de palmeiras.
Milane [Kites] (1955) - Pipas
Gerhard Marcks (1889–1981)
Marine
Les chars d'argent et de cuivre -
Les proues d'acier et d'argent -
Battent l'écume, -
Soulèvent les souches des ronces.
Les courants de la lande,
Et les ornières immenses du reflux,
Filent circulairement vers l'est,
Vers les piliers de la forêt,
Vers les fûts de la jetée,
Dont l'angle est heurté par des tourbillons de lumière.
Marinha
As carroças de cobre e prata -
As proas de prata e aço -
Espalmam espumas -
Esgarçam maços de sarças.
As correntezas da roça,
e os sulcos imensos do refluxo,
fluem em círculos rumo a leste,
Rumo às hastes da floresta,
Rumo aos fustes do quebramar,
Cujo ângulo é ferido por turbilhões de luz.
Les Illuminations (1871–3)
Arthur Rimbaud (1854–1891)
Anotação de Britten, ressaltando a escolha do texto para as duas canções "Phrase"
Interlude
J'ai seul la clef de cette parade sauvage.
Interlúdio
Só eu tenho a chave desse desfile selvagem.
Arabesque [II] (n.d.)
Robin Davis (b 1928)
Peter Pears adquiriu esta e mais uma outra obra de Robin Davis em 1961 ou 1962
Being Beauteous
Devant une neige un Être de Beauté de haute taille.
Des sifflements de mort et des cercles de musique
sourde font monter, s'élargir et trembler comme un
spectre ce corps adoré: des blessures écarlates et
noires éclatent dans les chaires superbes. Les
couleurs propres de la vie se foncent, dansent, et
se dégagent autour de la Vision, sur le chantier.
Et les frissons s'élèvent et grondent, et la
saveur forcenée de ces effets se chargeant avec
les sifflements mortels et les rauques musiques
que le monde, loin derrière nous, lance sur notre
mère de beauté, - elle recule, elle se dresse. Oh!
nos os sont revêtus d'un nouveau corps amoureux.
* * * * * * * *
O la face cendrée, l'écusson de crin, les bras de
cristal! Le canon sur lequel je dois m'abattre à
travers la mêlée des arbres et de l'air léger!
Ser Belo
Diante de uma neve, um Ser de Beleza de alto talhe. Sibilações de morte e os círculos de música
surda levitam seu corpo adorado, e ele se expande e treme como um espectro; feridas escarlates
e negras rebentam nas carnes soberbas. As
cores próprias da vida ficam foscas, dançam
e se desatam ao redor da Visão, sobre o estaleiro.
E os frissons se elevam e rugem, e o
sabor delirante desses efeitos se estocam com
as sibilações de morte e as músicas roucas que o mundo,
ao nosso encalço, lança sobre nossa mãe de beleza, -
ela levanta, ela recua. Oh!
nossos ossos revestidos por um novo corpo de amor.
* * * * * * * * * *
Ó face cinza, escudo de crina, braços
de cristal! O canhão que atiro nessa briga
das árvores com a brisa!
Foliate Heads I (1953) Cabeças Folheadas
John Piper (1903–1992)
Parade
Des drôles très solides. Plusieurs ont exploité vos
mondes. Sans besoins, et peu pressés de mettre en
oeuvre leurs brillantes facultés et leur expérience
de vos consciences. Quels hommes mûrs! Des yeux
hébétés à la façon de la nuit d'été, rouges et
noirs, tricolorés, d'acier piqué d'étoiles d'or;
des facies déformés, plombés, blêmis, incendiés;
des enrouements folâtres! La démarche cruelle des
oripeaux! Il y a quelques jeunes...
O le plus violent Paradis de la grimace enragée!...
Chinois, Hottentots, bohémiens, niais, hyènes,
Molochs, vieilles démences, démons sinistres, ils
mêlent les tours populaires, maternels, avec les
poses et les tendresses bestiales. Ils interpréte-
raient des pièces nouvelles et des chansons "bonnes
filles". Maîtres jongleurs, ils transforment le
lieu et les personnes et usent de la comédie
magnétique...
J'ai seul la clef de cette parade sauvage.
Desfile
Patifes sólidos. Muitos já exploraram vossos
mundos. Sem carências, e pouca pressa em aplicar
suas brilhantes faculdades e sua experiência de
vossas consciências. Que homens maduros!
Olhos vidrados como noite de verão, vermelhos
e negros, tricolores, aço salpicado de estrelas douradas; faces disformes, plúmbeas, pálidas, em brase; rouquidões burlescas! Os passos cruéis dos ouropéis! - Alguns são jovens -
Oh o mais violento Paraíso de careta furiosa!
Chineses, Hotentotes, ciganos, otários, hienas,
Moloques, velhas demências, demônios sinistros,
misturam os modos populares, maternais, com poses
e ternuras bestiais. Interpretariam
peças novas, canções “para
moças”. Mestres jograis, eles transformam o
lugar e as pessoas, e usam a comédia
magnética...
Só eu tenho a chave desse desfile selvagem.
The Great Happiness (1965) - A Grande Felicidade
Cecil Collins (1908–1989)
Départ
Assez vu. La vision s'est rencontrée à tous les airs.
Assez eu. Rumeurs de villes, le soir, et au soleil, et toujours.
Assez connu. Les arrêts de la vie. O Rumeurs et Visions!
Départ dans l'affection et le bruit neufs!
Partida
Vi demais. A visão se revia pelos ares.
Tive demais. Sons de cidade, à tarde, e ao sol, e sempres.
Soube demais. As paradas da vida. - Ó Sons e Visões!
Partida entre afetos e ruídos novos!
tradução: Rodrigo Garcia Lopes
Maurício Arruda Mendonça
-------------------------------------------------------------------------------------------------------
A Serenata para Tenor, Trompa e Cordas é um ciclo de canções escritas em 1943, durante a segunda guerra mundial ao pedido do trompista Dennis Brain.
A Serenata consta de seis poemas de poetas britânicos com o tema da “noite”, incluindo os seus mais sinistros aspectos.
O Prólogo e Epílogo tem apenas solo de trompa, em harmônicos naturais, sendo que no epílogo o trompista deve soar, fora do palco, o mais distante possível.
A Serenata foi dedicada e estreada por Peter Pears, companheiro de Britten.
Serenata
Trompa restaurada de Dennis Brain
Prologue
Prólogo
(Solo de trompa)
Pastoral
The day’s grown old; the fainting sun
Has but a little way to run,
And yet his steeds, with all his skill,
Scarce lug the chariot down the hill.
The shadows now so long do grow,
That brambles like tall cedars show;
Mole hills seem mountains, and the ant
Appears a monstrous elephant.
A very little, little flock
Shades thrice the ground that it would stock;
Whilst the small stripling following them
Appears a mighty Polypheme.
And now on benches all are sat,
In the cool air to sit and chat,
Till Phoebus, dipping in the west,
Shall lead the world the way to rest.
Charles Cotton (1630-1687)
O envelhecer do dia;
O cair do Sol.
Tem seu caminho curto a percorrer...
E com toda habilidade seus cavalos e carroças
Escasseiam-se montanha abaixo!
As sombras crescem tanto que os arbustos
Mostram-se como cedros...
Pequenas casas de toupeira sobre a terra transformam-se em montanhas
E uma formiga parece um monstruoso elefante.
Um pequenino rebanho
Aparenta ser três vezes maior do que o chão que o acolheria
Enquanto isso um pequeno pastor segue-o
Parecendo o poderoso Polifemo.
Agora, eles estão sentados sobre os bancos
No ar fresco, repousando e conversando....
Ate que Febo mergulhando no oeste
Leve o mundo ao caminho do descanso.
Noturno
Nocturne
The splendour falls on castle walls
And snowy summits old in story:
The long light shakes across the lakes,
And the wild cataract leaps in glory:
Blow, bugle, blow, set the wild echoes flying,
Bugle blow; answer, echoes, dying, dying, dying.
O hark, O hear! how thin and clear,
And thinner, clearer, farther going!
O sweet and far from cliff and scar
The horns of Elfland faintly blowing!
Blow, let us hear the purple glens replying:
Blow, bugle; answer, echoes, dying, dying, dying.
O love, they die in yon rich sky,
They faint on hill or field or river:
Our echoes roll from soul to soul,
And grow for ever and for ever.
Blow, bugle, blow, set the wild echoes flying,
And answer, echoes, answer, dying, dying, dying.
Alfred, Lord Tennyson (1809-1892)
O esplendor cai sobre as paredes do Castelo
Cobrindo de neve seus antigos cumes
A longa luz estremece através do lago
E a selvagem catarata salta gloriosamente
Sopre, trompa, Sopre!
Toque seu selvagem eco voador....
Trompa, toque,
Responda, eco, responda,
Morrendo, morrendo, morrendo...
Oh ouça, escute! Quão claro e fino
Tornando-se ainda mais claro e fino
indo ao longe....
Doce e longe do penhasco e do planalto
As trompas dos Elfos suavemente soprando!
Sopre e deixe-nos ouvir
O imperial vale responde
Sopre, trompa,
Responda, eco, responda,...
Morrendo, morrendo,morrendo.
Oh amor, eles morrem logo ali no rico céu
Eles se enfraquecem sobre o monte ou campo ou ate mesmo sobre o rio,
Nosso eco passa de alma para alma
E cresce para sempre e sempre.
Sopre, trompa, sopre,
Toque seu selvagem eco voador....
Responda, eco, responda,
Morrendo, morrendo, morrendo,
Morrendo, morrendo, morrendo...
Elegia
Elegy
O Rose, thou art sick!
The invisible worm,
That flies in the night
In the howling storm,
Has found out thy bed
Of crimson joy:
And his dark secret love
Does thy life destroy.
William Blake (1757-1827)
Oh Rosa, tu arte doente,
O Inseto invisível que voa na noite,
Na estrondosa tempestade,
Encontrou regozijo na cama carmesim.
E seu negro, secreto amor
Tua vida destrói!
Lamentação (música de funeral)
Dirge
This ae nighte, this ae nighte,
Every nighte and alle,
This ae nighte, this ae nighte,
Every nighte and alle,
Fire and fleete and candle-lighte,
And Christe receive thy saule.
When thou from hence away art past,
Every nighte and alle,
To Whinnymuir thou com'st at last;
And Christe receive thy saule.
If ever thou gav'st hos'n and shoon,
Every nighte and alle,
Sit thee down and put them on;
And Christe receive thy saule.
If hos'n and shoon thou ne'er gav'st nane,
Every nighte and alle,
The winnies shall prick thee to the bare bane;
And Christe receive thy saule.
From Whinnymuir when thou may'st pass,
Every nighte and alle,
To Brig o' Dread thou com'st at last;
And Christe receive thy saule.
From Brig o' Dread when thou may'st pass,
Every nighte and alle,
To Purgatory fire thou com'st at last;
And Christe receive thy saule.
If ever thou gav'st meat or drink,
Every nighte and alle,
The fire shall never make thee shrink;
And Christe receive thy saule.
If meat or drink thou ne'er gav'st nane,
Every nighte and alle,
The fire will burn thee to the bare bane;
And Christe receive thy saule.
This ae nighte, this ae nighte,
Every nighte and alle,
Fire and fleete and candle-lighte,
And Christe receive thy saule.
Anonymous, 15th century
Nesta noite Durante toda a noite,
Queima cintilante a luz da vela,
E Cristo recebe tua alma.
Quando tu ao longe já fizeste a arte da passagem,
Durante toda noite,
O teu último gemido de vida vem ao fim,
E Cristo recebe tua alma.
Se sempre destes de vestir e de calcar,
Durante toda a noite
Prepare-se para tê-los de volta,
E Cristo recebe tua alma,
Se não destes de vestir e de calcar,
Durante toda noite,
Os gemidos serão como ferroadas
Abrindo tua carne ate os ossos
E Cristo recebe tua alma.
Dos gemidos onde tu passarás
Durante toda noite,
Até o medo cabal,
E Cristo recebe tua alma.
Do medo da morte onde tu passarás
Durante toda noite,
Até o fogo do purgatório que virá no fim
E Cristo recebe tua alma.
Se sempre deste de comer e de beber
Durante toda a noite
As chamas não te consumirão
E Cristo recebe tua alma
Se não deste de beber e de comer
Durante toda noite,
As chamas consumirão tua carne até os ossos.
Nesta noite
Nesta noite, durante toda noite,
Queima cintilante a luz da vela,
E Cristo recebe tua alma.
Hino
Hymn
Queen and huntress, chaste and fair,
Now the sun is laid to sleep,
Seated in thy silver chair,
State in wonted manner keep:
Hesperus entreats thy light,
Goddess excellently bright.
Earth, let not thy envious shade
Dare itself to interpose;
Cynthia’s shining orb was made
Heav’n to clear when day did close:
Bless us then with wishèd sight,
Goddess excellently bright.
Lay thy bow of pearl apart,
And thy crystal shining quiver;
Give unto the flying hart
Space to breathe, how short so-ever:
Thou that mak’st a day of night,
Goddess excellently bright.
Ben Jonson (1572-1637)
Rainha e caçadora
Puro e justo
Agora o sol deita-se pra dormir,
Sentado sobre sua cadeira prateada,
Como habitualmente o faz,
Héspero roga a tua luz,
Héspero roga tua luz,
Deuses, deuses, deuses,
De iluminada excelência.
Terra não deixe sua invejosa sombra
Ousar interpor-se
A brilhante órbita de Cyntia
Que Foi feita para clarear o céu quando o dia se põe
Abençoando-nos com sua almejada imagem.
Deuses, deuses, deuses,
De iluminada excelência.
Teu arco de perola repousa distante,
Teus cristalinos raios brilhantes
Da ao coração voador
Espaço para respirar,
Quão curto, no entanto.
Tu que fazes da noite dia
Tu que fazes, tu,
Deuses, deuses, deuses,
De iluminada excelência.
Soneto
Sonnet
O soft embalmer of the still midnight,
Shutting with careful fingers and benign,
Our gloom-pleas'd eyes, embower'd from the light,
Enshaded in forgetfulness divine:
O soothest Sleep! if so it please thee, close
In midst of this thine hymn my willing eyes,
Or wait the "Amen" ere thy poppy throws
Around my bed its lulling charities.
Then save me, or the passèd day will shine
Upon my pillow, breeding many woes, -
Save me from curious Conscience, that still lords
Its strength for darkness, burrowing like a mole;
Turn the key deftly in the oilèd wards,
And seal the hushèd Casket of my Soul.
John Keats (1795-1821)
Oh doce embalsamador do silêncio noturno,
Fechando com cuidadosos e gentis dedos
Nossos embaçados olhos encobertos da luz
Sombreados pelo perdão divino.
Oh! Imaculado sono, se isso lhe agrada
Feche no meio desse seu hino meus prontos olhos,
A espera do amém.
Onde as flores postas ao redor da minha cama
Embalam-me caridosamente.
Nesse momento salve-me, salve-me,
Ou os dias que se passam brilharão sobre meu travesseiro
Produzindo muitas feridas,
Salve-me, salve-me, salve-me,
Da curiosa consciência que ainda é senhora.
Sua tenebrosa força me enclausura.
Gire habilmente a chave do preparado abrigo
E sele o silencioso esquife da minha alma.
Versão para língua portuguesa; Michele Sodré e Luciano Botelho
Benjamin Britten – Les Illuminations op.18 para tenor e cordas
Benjamin Britten – Serenade op.31 para tenor, trompa e cordas
Direção Musical e regência: Marcelo de Jesus
Solista: Luciano Botelho
Trompa: Wolfgang Ebert
Gravado ao vivo em 13 de setembro de 2007 no Teatro Amazonas
http://rapidshare.com/files/130233488/Serenade_-_Illuminations_-_Britten_-_OCA_-_De_Jesus_-_Botelho.zip
Benjamin Britten
(1913 - 1976)
Britten é o compositor britânico mais conhecido do século 20, graças, sobretudo, à sua ópera Peter Grimes (1945).
Em 1939 mudou-se para os Estados Unidos onde viveu até 1942. Durante este período continuou sua colaboração com Auden em Hymn to St. Cecília e em sua primeira aventura operística logo abandonada, Paul Bunvan.
Na sua volta para Inglaterra realizou turnês e compôs sua famosa ópera Peter Grimes, baseada no poema de George Crabbe. O êxito desta obra converteu o compositor na máxima figura da música inglesa consagrando-o como um compositor internacional de óperas.
A cantata War Requiem, estreada na inauguração da nova catedral de Coventry, reconstruída em 1962, foi concebida em memória das vítimas dos bombardeios alemães sobre a cidade. Por sua vez, o Réquiem era inspirado na Sinfonia do Réquiem, composta imediatamente após a destruição da igreja em 1940, e dedicada às vítimas da guerra sino-japonesa. Em 1947, Britten participou na fundação do English Opera Group, cujo objetivo era a criação e a manutenção de pequenos espaços cênicos. A ópera Gloriana (1953) foi feita para a coroação da rainha Isabel II.
Les Illuminations - Iluminuras
LES ILLUMINATIONS
AS ILUMINAÇÕES
Arthur Rimbaud
( Verlaine e Rimbaud - pintura de Henri Fantin-Latour em 1872)
Em 1938 Britten descobriu a prosa poética do simbolista francês Arthur Rimbaud (18541891) (“infant-terrible”, que recentemente tinha assumido seu caso com Paul Verlaine) provavelmente através de seu amigo W.H.Auden. Altamente carregada de linguagem e imagens coloridas, a obra de Rimbaud inspirou Britten a musicar Les Illuminations, num momento em que ele estava confuso sobre várias relações pessoais, bem como a situação ameaçadora da Europa e, de fato, na sua vida musical na Inglaterra. Britten e Peter Pears partiram para os E.U.A. em maio de 1939 por um período indeterminado. Ele levou com ele o manuscrito do que viria a ser Les Iluminations, que terminou em Amityville, Nova Iorque, em 25 de Outubro de 1938. A estréia foi dada por Sophie Wyss (a quem foi dedicada a obra) com a Orquestra de Cordas Boyd Neel em 30 de Janeiro de 1940, no Wigmore Hall, Londres.
Britten não ouviu a obra até outubro de 1941, quando ele regeu a Orquestra da CBS na estréia americana com seu companheiro, o tenor Peter Pears, como solista.
(Iluminura Francesa do século XIV)
LES ILLUMINATIONS
AS ILUMINAÇÕES
Der Hornruf (1929) - O trompista renomado
[?Hertha von] Gumppenberg (1897–?)
Fanfarre
J'ai seul la clef de cette parade sauvage.
Fanfarra
Só eu tenho a chave desse desfile selvagem.
Townscape (1967) - Vista da Cidade
José Paulo Moreira da Fonseca (b 1922)
Villes
Ce sont des villes! C'est un peuple pour qui se
sont montés ces Alleghanys et ces Libans de rêve!
Des chalets de cristal et de bois se meuvent sur
des rails et des poulies invisibles. Les vieux
cratères ceints de colosses et de palmiers de
cuivre rugissent mélodieusement dans les feux...
Des cortèges de Mabs en robes rousses, opalines,
montent des ravines. Là-haut, les pieds dans la
cascade et les ronces, les cerfs tettent Diane.
Les Bacchantes des banlieues sanglotent et la
lune brûle et hurle. Vénus entre dans les cavernes
des forgerons et des ermites. Des groupes de
beffrois chantent les idées des peuples. Des
châteaux bâtis en os sort la musique inconnue...
Le paradis des orages s'effondre... Les sauvages
dansent sans cesse la fête de la nuit...
Quels bons bras, quelle belle heure me rendront
cette région d'où viennent mes sommeils et mes
moindres mouvements?
Cidades
Que cidades! É um povo para o qual
foram montados Apalaches e Líbanos de sonho!
Chalés de cristal e madeira deslizam sobre
trilhos e polias invisíveis. Crateras ancestrais
circundadas de colossos e palmeiras
de cobre rugem melodiosamente dentro dos fogos...
Cortejos de Mabs em robes russos, opalinas,
trepam nas ravinas. E lá em cima, as patas
nas sarças e cascatas, cervos sugam os seios de Diana. Bacantes de suburbio soluçam e a
lua queima e uiva. Vênus penetra nas cavernas
de ferreiros e eremitas. Torres de sinos
cantam as idéias das pessoas. A música
desconhecida escapa dos castelos de ossos.
O paraíso de tempestades despedaça... Selvagens
dançam sem cessar a festa da noite...
Que braços bons, que hora adorável vão me devolver essa região de onde vêm meus sonos e meus movimentos mais sutis?
Firmament over a Frozen Lake (2003) - Firmamento sobre um lago congelado
Keith Grant (b 1930)
Phrase
J'ai tendu des cordes de clocher à clocher; des
guirlandes de fenêtre à fenêtre; des chaînes d'or
d'étoile à étoile, et je danse.
Frase
Estendi cordas de campanário a campanário; guirlandas de janela a janela; correntes de ouro de estrela a estrela, e danço.
Fotografia de Benjamin Britten e o "Fauno"(1966)
O "Fauno" é uma das esculturas favoritas de Britten.
Antiques
Gracieux fils de Pan! Autour de ton front couronné
de fleurettes et de baies, tes yeux, des boules
précieuses, remeunt. Tachées de lies brunes, tes
joues se creusent. Tes crocs luisent. Ta poitrine
ressemble à une cithare, des tintements circulent
dans tes bras blonds. Ton coeur bat dans ce ventre
où dort le double sexe. Promène-toi, la nuit, la nuit en
en mouvant doucement cette cuisse, cette seconde
cuisse et cette jambe de gauche.
Antigo
Gracioso filho de Pan! Em volta de tua fronte coroada
de florzinhas e bagas teus olhos,
gemas preciosas, se movem. Manchada de fezes cinzas,
a cova das faces. Tuas presas reluzem. Teu peitinho
parece uma cítara, sininhos circulam
no bronze dos teus braços. Teu coração bate nesse ventre onde dorme o duplo sexo. Passeie pela noite,
mexe essa coxa, docemente, mexe essa outra,
e essa perna torta.
Desenhos para uma produção desconhecida do Royal Opera House(Sem data definida)
Royauté
Un beau matin, chez un peuple fort doux, un homme
et une femme superbes criaient sur la place
publique: "Mes amis, je veux qu'elle soit reine!"
"Je veux être reine!" Elle riait et tremblait. Il
parlait aux amis de révélation, d'épreuve terminée.
Ils se pâmaient l'un contre l'autre.
En effet ils furent rois toute une matinée où les
tentures carminées se relevèrent sur les maisons,
et toute l'après-midi, où ils s'avancèrent du côté
des jardins de palmes.
Realeza
Numa bela manhã, em meio a gente doce, um homem
e uma mulher soberbos gritavam pela praça pública: “Amigos, quero que ela seja rainha!”
“Quero ser rainha!” Ela ria e tremia.
Ela falava aos amigos de revelação, de uma provação terminada. Eles desmaiavam um no outro.
De fato, eles foram reis por uma manhã inteira, em que tapeçarias carminadas se estenderam sobre as casas, e a tarde inteira, em que eles avançaram do lado do jardim de palmeiras.
Milane [Kites] (1955) - Pipas
Gerhard Marcks (1889–1981)
Marine
Les chars d'argent et de cuivre -
Les proues d'acier et d'argent -
Battent l'écume, -
Soulèvent les souches des ronces.
Les courants de la lande,
Et les ornières immenses du reflux,
Filent circulairement vers l'est,
Vers les piliers de la forêt,
Vers les fûts de la jetée,
Dont l'angle est heurté par des tourbillons de lumière.
Marinha
As carroças de cobre e prata -
As proas de prata e aço -
Espalmam espumas -
Esgarçam maços de sarças.
As correntezas da roça,
e os sulcos imensos do refluxo,
fluem em círculos rumo a leste,
Rumo às hastes da floresta,
Rumo aos fustes do quebramar,
Cujo ângulo é ferido por turbilhões de luz.
Les Illuminations (1871–3)
Arthur Rimbaud (1854–1891)
Anotação de Britten, ressaltando a escolha do texto para as duas canções "Phrase"
Interlude
J'ai seul la clef de cette parade sauvage.
Interlúdio
Só eu tenho a chave desse desfile selvagem.
Arabesque [II] (n.d.)
Robin Davis (b 1928)
Peter Pears adquiriu esta e mais uma outra obra de Robin Davis em 1961 ou 1962
Being Beauteous
Devant une neige un Être de Beauté de haute taille.
Des sifflements de mort et des cercles de musique
sourde font monter, s'élargir et trembler comme un
spectre ce corps adoré: des blessures écarlates et
noires éclatent dans les chaires superbes. Les
couleurs propres de la vie se foncent, dansent, et
se dégagent autour de la Vision, sur le chantier.
Et les frissons s'élèvent et grondent, et la
saveur forcenée de ces effets se chargeant avec
les sifflements mortels et les rauques musiques
que le monde, loin derrière nous, lance sur notre
mère de beauté, - elle recule, elle se dresse. Oh!
nos os sont revêtus d'un nouveau corps amoureux.
* * * * * * * *
O la face cendrée, l'écusson de crin, les bras de
cristal! Le canon sur lequel je dois m'abattre à
travers la mêlée des arbres et de l'air léger!
Ser Belo
Diante de uma neve, um Ser de Beleza de alto talhe. Sibilações de morte e os círculos de música
surda levitam seu corpo adorado, e ele se expande e treme como um espectro; feridas escarlates
e negras rebentam nas carnes soberbas. As
cores próprias da vida ficam foscas, dançam
e se desatam ao redor da Visão, sobre o estaleiro.
E os frissons se elevam e rugem, e o
sabor delirante desses efeitos se estocam com
as sibilações de morte e as músicas roucas que o mundo,
ao nosso encalço, lança sobre nossa mãe de beleza, -
ela levanta, ela recua. Oh!
nossos ossos revestidos por um novo corpo de amor.
* * * * * * * * * *
Ó face cinza, escudo de crina, braços
de cristal! O canhão que atiro nessa briga
das árvores com a brisa!
Foliate Heads I (1953) Cabeças Folheadas
John Piper (1903–1992)
Parade
Des drôles très solides. Plusieurs ont exploité vos
mondes. Sans besoins, et peu pressés de mettre en
oeuvre leurs brillantes facultés et leur expérience
de vos consciences. Quels hommes mûrs! Des yeux
hébétés à la façon de la nuit d'été, rouges et
noirs, tricolorés, d'acier piqué d'étoiles d'or;
des facies déformés, plombés, blêmis, incendiés;
des enrouements folâtres! La démarche cruelle des
oripeaux! Il y a quelques jeunes...
O le plus violent Paradis de la grimace enragée!...
Chinois, Hottentots, bohémiens, niais, hyènes,
Molochs, vieilles démences, démons sinistres, ils
mêlent les tours populaires, maternels, avec les
poses et les tendresses bestiales. Ils interpréte-
raient des pièces nouvelles et des chansons "bonnes
filles". Maîtres jongleurs, ils transforment le
lieu et les personnes et usent de la comédie
magnétique...
J'ai seul la clef de cette parade sauvage.
Desfile
Patifes sólidos. Muitos já exploraram vossos
mundos. Sem carências, e pouca pressa em aplicar
suas brilhantes faculdades e sua experiência de
vossas consciências. Que homens maduros!
Olhos vidrados como noite de verão, vermelhos
e negros, tricolores, aço salpicado de estrelas douradas; faces disformes, plúmbeas, pálidas, em brase; rouquidões burlescas! Os passos cruéis dos ouropéis! - Alguns são jovens -
Oh o mais violento Paraíso de careta furiosa!
Chineses, Hotentotes, ciganos, otários, hienas,
Moloques, velhas demências, demônios sinistros,
misturam os modos populares, maternais, com poses
e ternuras bestiais. Interpretariam
peças novas, canções “para
moças”. Mestres jograis, eles transformam o
lugar e as pessoas, e usam a comédia
magnética...
Só eu tenho a chave desse desfile selvagem.
The Great Happiness (1965) - A Grande Felicidade
Cecil Collins (1908–1989)
Départ
Assez vu. La vision s'est rencontrée à tous les airs.
Assez eu. Rumeurs de villes, le soir, et au soleil, et toujours.
Assez connu. Les arrêts de la vie. O Rumeurs et Visions!
Départ dans l'affection et le bruit neufs!
Partida
Vi demais. A visão se revia pelos ares.
Tive demais. Sons de cidade, à tarde, e ao sol, e sempres.
Soube demais. As paradas da vida. - Ó Sons e Visões!
Partida entre afetos e ruídos novos!
tradução: Rodrigo Garcia Lopes
Maurício Arruda Mendonça
-------------------------------------------------------------------------------------------------------
A Serenata para Tenor, Trompa e Cordas é um ciclo de canções escritas em 1943, durante a segunda guerra mundial ao pedido do trompista Dennis Brain.
A Serenata consta de seis poemas de poetas britânicos com o tema da “noite”, incluindo os seus mais sinistros aspectos.
O Prólogo e Epílogo tem apenas solo de trompa, em harmônicos naturais, sendo que no epílogo o trompista deve soar, fora do palco, o mais distante possível.
A Serenata foi dedicada e estreada por Peter Pears, companheiro de Britten.
Serenata
Trompa restaurada de Dennis Brain
Prologue
Prólogo
(Solo de trompa)
Pastoral
The day’s grown old; the fainting sun
Has but a little way to run,
And yet his steeds, with all his skill,
Scarce lug the chariot down the hill.
The shadows now so long do grow,
That brambles like tall cedars show;
Mole hills seem mountains, and the ant
Appears a monstrous elephant.
A very little, little flock
Shades thrice the ground that it would stock;
Whilst the small stripling following them
Appears a mighty Polypheme.
And now on benches all are sat,
In the cool air to sit and chat,
Till Phoebus, dipping in the west,
Shall lead the world the way to rest.
Charles Cotton (1630-1687)
O envelhecer do dia;
O cair do Sol.
Tem seu caminho curto a percorrer...
E com toda habilidade seus cavalos e carroças
Escasseiam-se montanha abaixo!
As sombras crescem tanto que os arbustos
Mostram-se como cedros...
Pequenas casas de toupeira sobre a terra transformam-se em montanhas
E uma formiga parece um monstruoso elefante.
Um pequenino rebanho
Aparenta ser três vezes maior do que o chão que o acolheria
Enquanto isso um pequeno pastor segue-o
Parecendo o poderoso Polifemo.
Agora, eles estão sentados sobre os bancos
No ar fresco, repousando e conversando....
Ate que Febo mergulhando no oeste
Leve o mundo ao caminho do descanso.
Noturno
Nocturne
The splendour falls on castle walls
And snowy summits old in story:
The long light shakes across the lakes,
And the wild cataract leaps in glory:
Blow, bugle, blow, set the wild echoes flying,
Bugle blow; answer, echoes, dying, dying, dying.
O hark, O hear! how thin and clear,
And thinner, clearer, farther going!
O sweet and far from cliff and scar
The horns of Elfland faintly blowing!
Blow, let us hear the purple glens replying:
Blow, bugle; answer, echoes, dying, dying, dying.
O love, they die in yon rich sky,
They faint on hill or field or river:
Our echoes roll from soul to soul,
And grow for ever and for ever.
Blow, bugle, blow, set the wild echoes flying,
And answer, echoes, answer, dying, dying, dying.
Alfred, Lord Tennyson (1809-1892)
O esplendor cai sobre as paredes do Castelo
Cobrindo de neve seus antigos cumes
A longa luz estremece através do lago
E a selvagem catarata salta gloriosamente
Sopre, trompa, Sopre!
Toque seu selvagem eco voador....
Trompa, toque,
Responda, eco, responda,
Morrendo, morrendo, morrendo...
Oh ouça, escute! Quão claro e fino
Tornando-se ainda mais claro e fino
indo ao longe....
Doce e longe do penhasco e do planalto
As trompas dos Elfos suavemente soprando!
Sopre e deixe-nos ouvir
O imperial vale responde
Sopre, trompa,
Responda, eco, responda,...
Morrendo, morrendo,morrendo.
Oh amor, eles morrem logo ali no rico céu
Eles se enfraquecem sobre o monte ou campo ou ate mesmo sobre o rio,
Nosso eco passa de alma para alma
E cresce para sempre e sempre.
Sopre, trompa, sopre,
Toque seu selvagem eco voador....
Responda, eco, responda,
Morrendo, morrendo, morrendo,
Morrendo, morrendo, morrendo...
Elegia
Elegy
O Rose, thou art sick!
The invisible worm,
That flies in the night
In the howling storm,
Has found out thy bed
Of crimson joy:
And his dark secret love
Does thy life destroy.
William Blake (1757-1827)
Oh Rosa, tu arte doente,
O Inseto invisível que voa na noite,
Na estrondosa tempestade,
Encontrou regozijo na cama carmesim.
E seu negro, secreto amor
Tua vida destrói!
Lamentação (música de funeral)
Dirge
This ae nighte, this ae nighte,
Every nighte and alle,
This ae nighte, this ae nighte,
Every nighte and alle,
Fire and fleete and candle-lighte,
And Christe receive thy saule.
When thou from hence away art past,
Every nighte and alle,
To Whinnymuir thou com'st at last;
And Christe receive thy saule.
If ever thou gav'st hos'n and shoon,
Every nighte and alle,
Sit thee down and put them on;
And Christe receive thy saule.
If hos'n and shoon thou ne'er gav'st nane,
Every nighte and alle,
The winnies shall prick thee to the bare bane;
And Christe receive thy saule.
From Whinnymuir when thou may'st pass,
Every nighte and alle,
To Brig o' Dread thou com'st at last;
And Christe receive thy saule.
From Brig o' Dread when thou may'st pass,
Every nighte and alle,
To Purgatory fire thou com'st at last;
And Christe receive thy saule.
If ever thou gav'st meat or drink,
Every nighte and alle,
The fire shall never make thee shrink;
And Christe receive thy saule.
If meat or drink thou ne'er gav'st nane,
Every nighte and alle,
The fire will burn thee to the bare bane;
And Christe receive thy saule.
This ae nighte, this ae nighte,
Every nighte and alle,
Fire and fleete and candle-lighte,
And Christe receive thy saule.
Anonymous, 15th century
Nesta noite Durante toda a noite,
Queima cintilante a luz da vela,
E Cristo recebe tua alma.
Quando tu ao longe já fizeste a arte da passagem,
Durante toda noite,
O teu último gemido de vida vem ao fim,
E Cristo recebe tua alma.
Se sempre destes de vestir e de calcar,
Durante toda a noite
Prepare-se para tê-los de volta,
E Cristo recebe tua alma,
Se não destes de vestir e de calcar,
Durante toda noite,
Os gemidos serão como ferroadas
Abrindo tua carne ate os ossos
E Cristo recebe tua alma.
Dos gemidos onde tu passarás
Durante toda noite,
Até o medo cabal,
E Cristo recebe tua alma.
Do medo da morte onde tu passarás
Durante toda noite,
Até o fogo do purgatório que virá no fim
E Cristo recebe tua alma.
Se sempre deste de comer e de beber
Durante toda a noite
As chamas não te consumirão
E Cristo recebe tua alma
Se não deste de beber e de comer
Durante toda noite,
As chamas consumirão tua carne até os ossos.
Nesta noite
Nesta noite, durante toda noite,
Queima cintilante a luz da vela,
E Cristo recebe tua alma.
Hino
Hymn
Queen and huntress, chaste and fair,
Now the sun is laid to sleep,
Seated in thy silver chair,
State in wonted manner keep:
Hesperus entreats thy light,
Goddess excellently bright.
Earth, let not thy envious shade
Dare itself to interpose;
Cynthia’s shining orb was made
Heav’n to clear when day did close:
Bless us then with wishèd sight,
Goddess excellently bright.
Lay thy bow of pearl apart,
And thy crystal shining quiver;
Give unto the flying hart
Space to breathe, how short so-ever:
Thou that mak’st a day of night,
Goddess excellently bright.
Ben Jonson (1572-1637)
Rainha e caçadora
Puro e justo
Agora o sol deita-se pra dormir,
Sentado sobre sua cadeira prateada,
Como habitualmente o faz,
Héspero roga a tua luz,
Héspero roga tua luz,
Deuses, deuses, deuses,
De iluminada excelência.
Terra não deixe sua invejosa sombra
Ousar interpor-se
A brilhante órbita de Cyntia
Que Foi feita para clarear o céu quando o dia se põe
Abençoando-nos com sua almejada imagem.
Deuses, deuses, deuses,
De iluminada excelência.
Teu arco de perola repousa distante,
Teus cristalinos raios brilhantes
Da ao coração voador
Espaço para respirar,
Quão curto, no entanto.
Tu que fazes da noite dia
Tu que fazes, tu,
Deuses, deuses, deuses,
De iluminada excelência.
Soneto
Sonnet
O soft embalmer of the still midnight,
Shutting with careful fingers and benign,
Our gloom-pleas'd eyes, embower'd from the light,
Enshaded in forgetfulness divine:
O soothest Sleep! if so it please thee, close
In midst of this thine hymn my willing eyes,
Or wait the "Amen" ere thy poppy throws
Around my bed its lulling charities.
Then save me, or the passèd day will shine
Upon my pillow, breeding many woes, -
Save me from curious Conscience, that still lords
Its strength for darkness, burrowing like a mole;
Turn the key deftly in the oilèd wards,
And seal the hushèd Casket of my Soul.
John Keats (1795-1821)
Oh doce embalsamador do silêncio noturno,
Fechando com cuidadosos e gentis dedos
Nossos embaçados olhos encobertos da luz
Sombreados pelo perdão divino.
Oh! Imaculado sono, se isso lhe agrada
Feche no meio desse seu hino meus prontos olhos,
A espera do amém.
Onde as flores postas ao redor da minha cama
Embalam-me caridosamente.
Nesse momento salve-me, salve-me,
Ou os dias que se passam brilharão sobre meu travesseiro
Produzindo muitas feridas,
Salve-me, salve-me, salve-me,
Da curiosa consciência que ainda é senhora.
Sua tenebrosa força me enclausura.
Gire habilmente a chave do preparado abrigo
E sele o silencioso esquife da minha alma.
Versão para língua portuguesa; Michele Sodré e Luciano Botelho
segunda-feira, 23 de junho de 2008
!!!Como aprender a sentar na cadeira!!!
Björk entrevista Stockhausen
Entrei para a escola de música aos cinco anos de idade, e fui apresentada a Stockhausen quando eu tinha 12 ou 13 pelo meu professor e compositor islandês de musicologia.
Lembro-me de estar em pé de guerra na escola, me sentia a “estranha”, com uma verdadeira paixão pela música, mas contra toda essa música “retrô”, constantemente bloqueada entre Beethoven e Bach. Muito da minha frustração se deve a obsessão da escola com o passado.
Quando eu fui apresentada a Stockhausen.... foi como 'aaah'! Finalmente alguém estava falando a minha língua.
Stockhausen disse frases como: "Temos de ouvir a "música dos antigos " um dia por ano e os outros 364 dias temos de ouvir a 'música do agora'. E devemos fazê-lo, da mesma forma que olhamos os álbuns de fotografia quando éramos crianças. Se você olhar para os álbuns antigos muitas vezes eles só se tornam inúteis. Você começa prestar atenção em algo que não importa, e você para de se preocupar com o dia de hoje. E esse foi o modo como ele olhou para todas as pessoas que estão obcecados com a velha música.
Para uma criança de 12 anos da minha geração, essa experiência foi brilhante, porque ao mesmo tempo eu estava também sendo introduzida para a música eletrônica de bandas como Kraftwerk e DAF.
Penso que quando se trata de música eletrônica e música atonal, Stockhausen é o melhor. Ele foi a primeira pessoa a fazer música eletrônica, mesmo antes da invenção dos sintetizadores. Gosto de compará-lo a Picasso, pois como ele, Stockhausen tem tantas fases. São tantos os músicos que fizeram uma carreira inteira dentro de uma só fase. Ele vai um passo à frente, descobre algo musicalmente que nunca foi feito antes e quando as pessoas agarram sua nova idéia, ele começa a criar uma outra coisa.
Tal como todos os gênios científicos, Stockhausen parece obcecado com o casamento entre ciência e mistério, embora sejam opostos. Cientistas normais estão obcecados com fatos; cientistas gênios estão obcecados com mistério. Quanto mais Stockhausen se aprofunda cientificamente sobre o estuda do som, mais ele constata que não sabe nada (nada sobre “jack shit”!!!); de que ele está perdido.
Stockhausen me contou sobre a casa que construiu na floresta onde viveu por dez anos. Construída a partir de pedaços de vidro hexagonais onde todos os cômodos são irregulares. Os cantos da casa são iluminados por spotligths criando vários reflexos. A floresta torna-se espelhada no interior da casa. Ele estava me explicando que mesmo após dez anos continuava a ter momentos em que não sabia onde estava na casa, e me disse isso com admiração nos olhos. E eu disse: "Isso é brilhante: você pode estar inocente até mesmo em sua própria casa", e ele respondeu, "Não apenas inocente, mas curioso." Ele é um grande humorista.
Björk Gudmundsdottir: Me parece que a sua música eletrônica é mais parecida com sua voz e as outras peças são menos pessoais de algum modo. Você sente isso também?
Karlheinz Stockhausen : Sim, porque um monte de coisas que eu componho soam como um mundo alienígena. Então uma noção "pessoal" é irrelevante. Não é importante, porque é algo que não sabemos, mas eu gosto e faço.
BG: Parece-me que você acabou de colocar sua antenas para fora, e que é como a sua voz, seu ponto de vista, como do exterior. Ou algo parecido... (pausa) Eu não posso explicá-la.
KS: Não há e nem pode. A coisa mais importante é que não é como um mundo pessoal, mas sim algo que todos nós não sabemos. Nós temos que Se nós chegarmos em algo parecido com isso, então tivemos sorte.
BG: Tem a certeza que não é você?
KS: Oh, eu me surpreendo comigo mesmo frequentemente. E quanto mais eu descobrir algo que nunca tenha experimentado antes, mais eu fico animado. Isso eu acho importante.
BG: Eu tenho um problema: eu fico muito animada com a música. Entro em pânico porque eu não tenho tempo para fazer tudo. Isto te preocupa?
KS: Sim e não, porque eu aprendi agora na minha vida, que mesmo as minhas mais precoces obras feitas 46 anos atrás, não são entendidas pela maioria das pessoas. É um processo natural, onde aquilo que te surpreende só vai ser incorporado duramente mais tarde pelas pessoas. Portanto seriam necessários 200 anos para que as pessoas alcançassem no mesmo estágio que eu cheguei, depois de gastar, vamos dizer, 8 horas por dia durante 3 anos em estúdio criando algo. Você precisa do mesmo tempo que eu tive somente para ouvir a obra. Não vamos falar de entendimento nem mesmo o que ela significa. Portanto, este é o processo natural, que alguns músicos façam algo que necessita de muito tempo para ser entendida (ouvida).... muitas, muitas vezes, e isso é muito bom.
BG: Sim, mas também estou falando sobre o relacionamento entre você e você mesmo, e no tempo que você tem entre o nascimento e morte. Se é o suficiente para fazer todas as coisas que deseja ..
KS: Não, você só pode fazer uma pequena parte do que quer. Isso é natural.
BG: Sim, talvez eu seja muito impaciente....
É difícil para mim ...
KS: 80 ou 90 anos não é nada. Há uma grande quantidade de peças de música muito bonita do passado que a maioria das pessoas vivas hoje em dia nunca ouvirão. Estas peças são extremamente preciosas, cheias de mistério, de inteligência e invenções. Estou pensando neste momento de certas obras de Johan Sebastian Bach, ou mesmo compositores anteriores. Há tantas composições fantásticas, de 500...600 anos, nem sequer conhecidas da maioria dos seres humanos. Portanto, vai demorar muito tempo. Há bilhões de coisas preciosas no universo que não temos tempo para estudar.
BG: Você parece ser tão paciente, você tem toda essa disciplina de como usar o tempo. Isso me assusta , eu ainda não aprendi a sentar na minha cadeira, que é muito difícil para mim. Você sempre trabalha oito horas por dia?
KS: Mais.
BG: Você acha que seu desejo principal é mostrar ou gravar as coisas “ de fora” para provar que elas existem, apenas por razões científicas, ou é mais emocional para criar uma desculpa para que todos se unam. Então talvez algo aconteça, como sua música pode conseguir isso?
KS: Ambas.
BG: Ambas?
KS: Claro.
Sou como um caçador, tentando encontrar alguma coisa, e ao mesmo tempo, esse é o aspecto científico, tentando descobrir. Por outro lado, estou emocionalmente em alta tensão quando se trata do momento em que tenho de agir com os meus dedos, com as minhas mãos e meus ouvidos, para criar o som, para moldar o som.
É que não posso pensar e agir de forma separada com os meus sentidos: ambos são igualmente importantes para mim. Mas o total envolvimento acontece em ambos estados: se eu sou mais um pensador, um ator; Estou totalmente envolvido, eu fico envolto.
BG: Eu costumo viajar com minha pequena “ghettoblaster” , e com meu bolso cheio de fitas, e tento sempre colocar a canção certa. Não me importa a canção, contanto que ela una e mantenha a todos unidos no quarto. Mas sabe, as vezes pode ser um truque bem barato. Lembro-me de ler uma vez que a guerra é uma das razões pelas quais você não gosta de ritmo regular.
KS: Não, não, isso é ...
BG: Isso é um equívoco?
KS: Quando eu danço me agrada a música “dance” normal. Com síncopes naturais. Não deve ser sempre como uma máquina. Mas quando eu escrevo, eu uso raramente ritmos periódicos, e somente num estágio intermediário, porque penso que há uma evolução na linguagem da música na Europa, que conduz a partir de ritmos muito simples para ritmos mais e mais irregulares. Portanto, sou cuidadoso com a música que sublinha este tipo de periodicidade minimalista que traz os mais básicos sentimentos e impulsos em cada pessoa. Quando digo "básico", significa reação física. Mas nós não somos apenas um corpo que caminha, que corre, que faz movimentos sexuais, que tem um batimento cardíaco, que é, mais ou menos, em um corpo saudável, 71 batimentos por minuto, ou que tenha certos impulsos cerebrais, por isso somos um conjunto do sistema de ritmos periódicos.
Mas dentro do corpo existem muitas periodicidades sobrepostas, da muito rápida até a muito lenta. Respirar é, em uma situação tranquila, a cada seis ou sete segundos. Tem periodicidade. E todos esses ritmos periódicos juntos constroem uma música muito polimérica no corpo, mas quando eu faço a arte musical eu sou parte de toda essa evolução, e estou sempre à procura de mais e mais diferenciação. Sempre com a forma.
BG: Só porque isto é mais honesto, é mais real?
KS: Sim, mas o que a maioria das pessoas gostam é de uma batida regular, hoje eles tornam cada vez mais a música pop como uma máquina. Penso que deveríamos tentar fazer uma música que é um pouco mais ... flexível, assim por dizer, um pouco mais irregular. Irregularidade é um desafio, você vê? Quão longe podemos ir fazendo música irregular? Longe somente em um pequeno momento, em que tudo cai em sincronia e em seguida cai novamente em vários ritmos e métricas. Mas, de qualquer modo, isto é como a tem sido a história.
BG: Acho que, na música popular hoje as pessoas estão tentando chegar a termos com o fato de que eles estão vivendo com todas estas máquinas, e tentam combinar máquinas e os seres humanos, tentando casar-los em um casamento feliz: tentando ser otimista sobre isso. Eu fui trazido por uma mãe que acreditava ferozmente na natureza e queria que eu ficasse descalça 24 horas e todas estas coisas, então eu cresci com um grande complexo de culpa por causa de automóveis e arranha-céus, e eu fui ensinada a odiar-los , e depois eu penso eu estou, assim dizendo , no meio de tudo isso. Vejo esta geração dez anos mais nova do que eu fazer música, tentando viver com isso. Mas tudo está com os ritmos regulares e aprender a amá-los, mas ainda ser humano, continua a ser tudo natural e orgânico.
KS: Mas ritmos regulares estão sempre em todas as culturas: a base da estrutura. Só ultimamente que eles vêm para fazer um ritmo mais complicado, por isso, penso que não é assim que as máquinas trouxeram irregularidade.
BG: Sim, penso que o que me faz feliz é o seu otimismo, especialmente sobre o futuro.
E eu acho que, para mim, e aqui estou falando sobre minha geração. Nós aprendemos que o mundo está descendo pelo ralo e que todos nós morremos logo, e encontrar alguém tão aberto quanto o senhor, com otimismo, é especial. Muitos jovens são fascinados pelo o que você está fazendo. Você acha que isso se deve ao seu otimismo?
KS: Eu entendo também que as obras compostas por mim dão muito material para estudo, ensino e experiência. Em particular, essas obras sendo experimentadas (por si mesmo) dão confiança e a visão de que há muito a se fazer ainda.
BG: E também porque talvez você tenha feito muitas coisas, e que muitos jovens encontrarão apenas um por cento do seu trabalho, e mesmo assim eles podem se identificar com o que você fez.
KS: Talvez com diferentes obras, porque não podem conhecer a todas elas. Eu tenho 253 obras em partituras, e cerca de 70 ou 80 CDs com diversas obras diferentes, ou seja, há muito a descobrir. É como um mundo dentro do mundo, e há muitos aspectos diferentes. Isso é provavelmente o que eles gostam: todas as peças são muito diferentes. Eu não gosto de me repetir.
BG: Você acha que é nosso dever chegar aos limites, utilizar tudo o que temos, com toda a inteligência e todo o tempo, e experimentar tudo, especialmente se for difícil, ou você pensa que é mais uma questão de apenas seguir os instintos, deixando de fora as coisas que não nos dê prazer?
KS: Eu estou pensando neste momento nos meus filhos. Tenho seis filhos, eles são bem diferentes. Em particular, há dois, que são a propósito os mais jovens, que ainda se jogam em muitas direções diferentes pelo gosto, ou emoção, e há um filho que é trompetista que tentou há alguns anos se tornar um mestre espiritual.
Ele quis ser um professor de Yoga e ajudar as pessoas que estavam desesperadas, se alegrarem e acreditarem num mundo melhor, mas então eu disse a ele que existem suficientes pregadores, e que se mantivesse fiel ao seu trompete.
Eu poderia ter sido um professor, um arquiteto, um filósofo, um professor, e sabe Deus mais o que mais entre várias faculdades.
Eu poderia ser um jardineiro ou um agricultor facilmente: eu fui fazendeiro por um longo tempo, um ano e meio da minha vida.
Eu trabalhei numa fábrica de carros por um tempo, e eu gostava do trabalho; mas eu só compreendi, no final dos meus estudos, quando eu ainda estava trabalhando em uma tese de doutoramento e como pianista eu ensaiava quatro ou cinco horas por dia ao piano , como um instrumento solo.
Eu tocava todas as noites num bar para ganhar a vida, mas desde que eu compus a primeira peça onde eu senti que soou muito diferente de tudo que eu sabia, eu me concentrei na arte da composição e eu perdi quase tudo que o mundo oferece a mim, as outras faculdades e outras formas de viver como você acaba de dizer, a emoção de todos os tipos de entretenimento de toda espécie.
Tenho realmente concentrado de dia e de noite em que um aspecto muito rígido, compondo, executando e revendo as minhas partituras e as publicando.
E, para mim, este foi o caminho certo. Não posso aconselhar no geral, deve ser uma chamada interna, e a pessoa tem que ouvi-la.
Você tem que ouvir o chamado e então depois de ouvi-lo, não haverá nenhuma pergunta.
BG: Sim, é como se pode ir mais longe.
KS: Não sei. Eu penso apenas que não poderia atingir nada que me faça sentido se eu não me concentrar totalmente nisso. Então eu perco muito do que a vida tem para oferecer.
BG: E aprender a sentar em uma cadeira.
KS: Você sabe que eu também sou maestro, não é apenas sentar em uma cadeira. Eu regi orquestras, corais, vários ensaios... correndo de um lado pro outro.... organizando os alto falantes com os técnicos e todos os ensaios, portanto, não é apenas “sentar” numa cadeira, mas eu sei o que quis dizer, sim, é “concentrar” naquela vocação .
Gesang der Jünglinge (Canção da Juventude)
Considerada a primeira obra-prima da música eletrônica.
Abaixo um trecho da partitura. E os links para ouvir e pra quem quiser se aprofundar na obra:
http://rapidshare.com/files/124609306/04_Gesang_der_Juenglinge__1955-56_.mp3
http://www.music.columbia.edu/masterpieces/notes/stockhausen/GesangHistoryandAnalysis.pdf
Björk
Wanderlust (Volta 2007)
http://rapidshare.com/files/124609307/02_Wanderlust.m4a
http://www.youtube.com/watch?v=_8ZPV4RzG4M
Björk por Xiu Xiu (Stereogum - Tributo ao representativo POST de Björk)
Isobel
http://rapidshare.com/files/124609308/07_Isobel.mp3
Marcadores:
Björk,
gesang der jünglinge,
música eletrônica,
stereogum,
Stockhausen,
volta,
wanderlust,
xiu xiu
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Alta Consciência Super Pessoal Cósmica!!!
CARTA ABERTA PARA QUEM DESEJA SER MÚSICO
Por Karlheinz Stockhausen
Uma vez mais estamos envolvidos em uma revolução, mas desta vez está acontecendo no mundo inteiro. Desta vez, fixamos realmente as metas mais altas que nos foi possível. Toda a humanidade está em jogo!
Em todo o mundo, encontramos o sentimento opressivo, e aterrorizado de que ali em frente a todos nós há algo que somente se pode comparar com o nascimento da primeira planta a partir da matéria inanimada, com o nascimento do primeiro animal a partir do reino vegetal ou com o nascimento do primeiro homem a partir do reino animal – uma nova etapa no desenvolvimento da consciência-.
Tão forte como o anseio do homem para a próxima etapa do ser é seu medo, e sua resistência a abrir-se a esta nova consciência. Uns poucos indivíduos, grupos, partidos, povos, crêem que gozam da primazia e que portanto podem suprimir e comerem literalmente aos demais. Porque é verdade, somos desiguais, com respeito a inteligência e as possibilidades, e sabemos que só uns poucos de nós terão êxito na tarefa de serem livres e em lograr um estado de super-consciência por meio de nosso próprio poder interior.
Do mesmo modo, só uns poucos animais “sabiam” como converter-se em humanos. Um só pode chegar a ser mais altamente humano superando seu egocentrismo e superando também o medo de perder-se a si mesmo desta maneira. Não tratemos de estabelecer novos sistemas em oposição aos que queremos derrubar, porque os sistemas são demasiadamente restritivos, e querem excluir, suprimir e erradicar os dissidentes.
Nossa concepção deve ser tão ampla que nos vejamos a nós mesmo como parte do mundo inteiro, permitindo que morram os velhos sistemas, sem perpetua-los e sem agregar novos sistemas para os que pretendamos proclamar direitos exclusivos sobre a mente de outros homens.
Os sistemas são produtos daquela razão que nossos antepassados fizeram único dono do corpo, nele que a alma era uma prisioneira. Os velhos sistemas atribuíam todo o poder ao primeiro servente do corpo, a razão. Mas sejamos conscientes de que a razão, a menos que seja constantemente alimentada por uma inspiração mais elevada desde os supra racionais, continuamente faz as combinações como todo o que está acumulado nela e pode, em qualquer momento, proclamar o que lhe dá vontade como verdadeiro – assim pode reclamar o oposto como verdadeiro - .
Se pode usar a razão para qualquer propósito. Pode sustentar qualquer opinião. Pode justificar, provar ou recusar tudo. E se não tenha aprendido a manejar-la, pode correr loucamente sem parar nunca. É um instrumento útil, nada mais e nada menos. É um computador modelo. Mas para quem o usa? E para que?
O super-ego nos deveria dar alimento para o pensar. E o super-ego adquire esse alimento da consciência intuitiva, da mais alta consciência super pessoal cósmica.
Porque faço eu tal afirmação, eu que no fim das contas sou um musico e não um filósofo? Porque nós os músicos deveríamos viver intuitivamente como for possível. Porque eis descoberto que tudo começa de novo quando se adquire esta consciência e se trata de desenvolver-la toda, toda a que seja possível. Então é um músico somente secundariamente, é um especialista, um homem com uma profissão. Antes de nada, é um espírito individual, que deve tomar contato com o espírito universal antes de tratar de comunicar algo de importância ao resto das pessoas.
A música não deveria ser somente um banho de ondas que massageiam o corpo, um psicograma tonal, um programa de pensamento com tons.
Deveria ser uma corrente tonal metamorfoseada de eletricidade cósmica super-consciente.
A maioria dos músicos que praticam a música hoje em dia estão realizando uma ação automática – inconscientemente – e perderam o entusiasmo que talvez tiveram durante um breve lapso quando eram mais jovens e estavam decididos com respeito a música como profissão. Devemos construir novamente desde o principio, e uma vez mais devemos despertar esse entusiasmo original, o senão abandonar a música.
Por essa razão, deveriam dissolver todas as orquestras e coros por um tempo e dar a cada músico a oportunidade e o tempo para olharem dentro de si, para meditar, para descobrir que é aquilo para qual vive, porque faz música e se está profundamente entregue a música e por tanto deve dedicar-se a ela.
Infelizmente, veríamos que a maioria dos músicos que têm estado durante anos comprometidos com esta profissão da música, e que crêem que esta atividade continuará até que morram ou que se retirem. Deixariam a música e se dedicariam a outra coisa.
Talvez não fariam nada durante um tempo grande (sempre que um continuará pagando-os e portanto privando-lhes desses velhos argumentos financeiros que fazem que as pessoas sigam mantendo o que odeia), o que poderia ser em si mais frutífero. As razoes habituais para ganhar dinheiro – permanecer vivo ou satisfazer as exigências sempre em aumento de cada um – são ao fim e ao cabo nada mais que razoes preguiçosas.
Na Índia, em uma estrada entre Agra e Jaipur, conheci um músico que tocava para mim em um pequeno instrumento de cordas que havia ele mesmo construído. Não possuía mais nada. Me disse que quando obtinha uma boa remuneração ganhava aproximadamente três centavos por dia, dados por algum transeunte que gostava de sua música.
Quando lhe perguntei se me venderia seu instrumento por vinte dólares – uma soma que não poderia ganhar nem em uns vários anos – me olhou estupefato, lhe caíram lagrimas pelas bochechas e sacudiu a cabeça: “Não”. Me senti mortalmente envergonhado.
Aqueles que querem ser músicos, seguindo seu chamado mais elevado, devem começar com o mais simples dos exercícios de meditação, a principio a sós com eles mesmos: “ Tocar um som com a idéia de que um dispõe de todo o tempo e espaço do mundo”, e assim daí por diante. Antes de mais nada, de todos os modos, devem adquirir consciência, consciência de porque estão vivos, de porque todos estamos vivos para levar uma vida mais elevada e para permitir que as oscilações do universo penetram
Em nossa existência humana individual. E os músicos devem criar as bases para a chegada de um ser humano mais elevado ainda enterrado dentro de nós. E colocar o corpo todo, até as partes mais pequenas, em estão de vibração para que todo chegue a ser mais receptivo e mais solto e para que o músico posso perceber as vibrações da consciência mais elevada.
Posso experimentar de antemão a desaprovação com que vocês lerão esta “carta aberta”. Não me importo. De todos modos, estaria muito mal que não tiveram sequer a insinuação de que em seus melhores momentos vocês atuam por intuição e que são as possibilidades de uma existência superior que lhes fazem permanecerem vivos. Vocês não queriam seguir vivendo se tivessem os sentidos embotados. Em troca, deveriam desejar adquirir maior consciência do mundo e seus porquês e talvez.
E deveriam saber que nossas falhas e nossas imperfeições são só signos de que estamos ascendendo, elevados para esse futuro que está em nós mesmos – aquilo que é a super-consciência, constantemente levando-nos para cima, cada vez mais alto.
Nós, os músicos, recebemos um grande poder para acender com acordes o fogo do desejo de elevar-se. Fora de nós mesmos. Sejamos cuidadosos de não perder este poder. Não só é importante que os músicos tratem de alcançar as alturas mais elevadas, senão que ademais o campo da vibração que os rodeia é tão forte, tão sobre-elétrico, que qualquer um que penetre neste campo se eleva com os músicos.
Participemos portanto da grande revolução da Humanidade, posto que realmente sabemos o que queremos de verdade.
Vale a pena julgar-se a própria vida quando está em jogo. Mas já não vale a pena quando somente estão comprometidas verdade parciais, grupos privados, problemas nacionais ou problemas políticos unidimensionais. Que não nos domine a idéia de que há alguma classe de validez individual em uma revolução francesa, vietnamita, tcheca, russa ou africana. O único que conta é a revolução da juventude mundial em prol do mais elevado do homem. Nada mais que isto. O homem mais elevado não há de nascer da destruição, da explosão de átomos, de fechar fronteiras viciadas, senão só da consciência crescente de que a humanidade é só corpo, e de que o corpo inteiro está enfermo e incapacitado, enquanto haja um só de seus membros golpeado, ferido, ultrajado ou eliminado.
A batalha – e uma batalha é inevitável - será dura, já que os que estão no poder perderam sua fé na humanidade. Crêem que eles são os escolhidos porque a situação é tal que têm os meios físicos para deter o poder. Tem a sua disposição dogmas e os sistemas morais, políticos e religiosos que usam para julgar e dar ordens aos mais débeis. Mas na realidade, são prisioneiros de sua própria razão, que divide tudo para poder “entender” e controlar o mundo.
Portanto, os engenheiros da razão perderam em ultima analise suas guerras não santas porque têm calos e não têm nenhuma super consciência do homem mais elevado que inspire suas ações. Somos governados por generais de exército, magnatas financeiros, estadistas, oficiais de partido, fanáticos religiosos, líderes grupais e especialistas em administração.
Que outra coisa podemos esperar do mundo sob estas circunstâncias?
Mas comecemos desde a linha de partida: desde nós mesmos. E quando tenhamos adquirido a consciência mais elevada já não necessitaremos “ser governados”. Então obteremos conselhos dos santos – não dos santos da igreja mas sim dos espíritos que servem a toda a humanidade, que adquiriram uma consciência universal que vai mais além das diferenças de religião e raça e que não confunde universalidade com uniformidade.
O que tem tudo isso a ver com a música?
Hoje o que interessa é a totalidade. Se entendermos isto, faremos uma música verdadeira que permitirá que esta totalidade se possa conhecer.
www.rapidshare.com/files/95714713/Stockhausen__K._-_Helikopter-Quartett.rar
Por Karlheinz Stockhausen
Uma vez mais estamos envolvidos em uma revolução, mas desta vez está acontecendo no mundo inteiro. Desta vez, fixamos realmente as metas mais altas que nos foi possível. Toda a humanidade está em jogo!
Em todo o mundo, encontramos o sentimento opressivo, e aterrorizado de que ali em frente a todos nós há algo que somente se pode comparar com o nascimento da primeira planta a partir da matéria inanimada, com o nascimento do primeiro animal a partir do reino vegetal ou com o nascimento do primeiro homem a partir do reino animal – uma nova etapa no desenvolvimento da consciência-.
Tão forte como o anseio do homem para a próxima etapa do ser é seu medo, e sua resistência a abrir-se a esta nova consciência. Uns poucos indivíduos, grupos, partidos, povos, crêem que gozam da primazia e que portanto podem suprimir e comerem literalmente aos demais. Porque é verdade, somos desiguais, com respeito a inteligência e as possibilidades, e sabemos que só uns poucos de nós terão êxito na tarefa de serem livres e em lograr um estado de super-consciência por meio de nosso próprio poder interior.
Do mesmo modo, só uns poucos animais “sabiam” como converter-se em humanos. Um só pode chegar a ser mais altamente humano superando seu egocentrismo e superando também o medo de perder-se a si mesmo desta maneira. Não tratemos de estabelecer novos sistemas em oposição aos que queremos derrubar, porque os sistemas são demasiadamente restritivos, e querem excluir, suprimir e erradicar os dissidentes.
Nossa concepção deve ser tão ampla que nos vejamos a nós mesmo como parte do mundo inteiro, permitindo que morram os velhos sistemas, sem perpetua-los e sem agregar novos sistemas para os que pretendamos proclamar direitos exclusivos sobre a mente de outros homens.
Os sistemas são produtos daquela razão que nossos antepassados fizeram único dono do corpo, nele que a alma era uma prisioneira. Os velhos sistemas atribuíam todo o poder ao primeiro servente do corpo, a razão. Mas sejamos conscientes de que a razão, a menos que seja constantemente alimentada por uma inspiração mais elevada desde os supra racionais, continuamente faz as combinações como todo o que está acumulado nela e pode, em qualquer momento, proclamar o que lhe dá vontade como verdadeiro – assim pode reclamar o oposto como verdadeiro - .
Se pode usar a razão para qualquer propósito. Pode sustentar qualquer opinião. Pode justificar, provar ou recusar tudo. E se não tenha aprendido a manejar-la, pode correr loucamente sem parar nunca. É um instrumento útil, nada mais e nada menos. É um computador modelo. Mas para quem o usa? E para que?
O super-ego nos deveria dar alimento para o pensar. E o super-ego adquire esse alimento da consciência intuitiva, da mais alta consciência super pessoal cósmica.
Porque faço eu tal afirmação, eu que no fim das contas sou um musico e não um filósofo? Porque nós os músicos deveríamos viver intuitivamente como for possível. Porque eis descoberto que tudo começa de novo quando se adquire esta consciência e se trata de desenvolver-la toda, toda a que seja possível. Então é um músico somente secundariamente, é um especialista, um homem com uma profissão. Antes de nada, é um espírito individual, que deve tomar contato com o espírito universal antes de tratar de comunicar algo de importância ao resto das pessoas.
A música não deveria ser somente um banho de ondas que massageiam o corpo, um psicograma tonal, um programa de pensamento com tons.
Deveria ser uma corrente tonal metamorfoseada de eletricidade cósmica super-consciente.
A maioria dos músicos que praticam a música hoje em dia estão realizando uma ação automática – inconscientemente – e perderam o entusiasmo que talvez tiveram durante um breve lapso quando eram mais jovens e estavam decididos com respeito a música como profissão. Devemos construir novamente desde o principio, e uma vez mais devemos despertar esse entusiasmo original, o senão abandonar a música.
Por essa razão, deveriam dissolver todas as orquestras e coros por um tempo e dar a cada músico a oportunidade e o tempo para olharem dentro de si, para meditar, para descobrir que é aquilo para qual vive, porque faz música e se está profundamente entregue a música e por tanto deve dedicar-se a ela.
Infelizmente, veríamos que a maioria dos músicos que têm estado durante anos comprometidos com esta profissão da música, e que crêem que esta atividade continuará até que morram ou que se retirem. Deixariam a música e se dedicariam a outra coisa.
Talvez não fariam nada durante um tempo grande (sempre que um continuará pagando-os e portanto privando-lhes desses velhos argumentos financeiros que fazem que as pessoas sigam mantendo o que odeia), o que poderia ser em si mais frutífero. As razoes habituais para ganhar dinheiro – permanecer vivo ou satisfazer as exigências sempre em aumento de cada um – são ao fim e ao cabo nada mais que razoes preguiçosas.
Na Índia, em uma estrada entre Agra e Jaipur, conheci um músico que tocava para mim em um pequeno instrumento de cordas que havia ele mesmo construído. Não possuía mais nada. Me disse que quando obtinha uma boa remuneração ganhava aproximadamente três centavos por dia, dados por algum transeunte que gostava de sua música.
Quando lhe perguntei se me venderia seu instrumento por vinte dólares – uma soma que não poderia ganhar nem em uns vários anos – me olhou estupefato, lhe caíram lagrimas pelas bochechas e sacudiu a cabeça: “Não”. Me senti mortalmente envergonhado.
Aqueles que querem ser músicos, seguindo seu chamado mais elevado, devem começar com o mais simples dos exercícios de meditação, a principio a sós com eles mesmos: “ Tocar um som com a idéia de que um dispõe de todo o tempo e espaço do mundo”, e assim daí por diante. Antes de mais nada, de todos os modos, devem adquirir consciência, consciência de porque estão vivos, de porque todos estamos vivos para levar uma vida mais elevada e para permitir que as oscilações do universo penetram
Em nossa existência humana individual. E os músicos devem criar as bases para a chegada de um ser humano mais elevado ainda enterrado dentro de nós. E colocar o corpo todo, até as partes mais pequenas, em estão de vibração para que todo chegue a ser mais receptivo e mais solto e para que o músico posso perceber as vibrações da consciência mais elevada.
Posso experimentar de antemão a desaprovação com que vocês lerão esta “carta aberta”. Não me importo. De todos modos, estaria muito mal que não tiveram sequer a insinuação de que em seus melhores momentos vocês atuam por intuição e que são as possibilidades de uma existência superior que lhes fazem permanecerem vivos. Vocês não queriam seguir vivendo se tivessem os sentidos embotados. Em troca, deveriam desejar adquirir maior consciência do mundo e seus porquês e talvez.
E deveriam saber que nossas falhas e nossas imperfeições são só signos de que estamos ascendendo, elevados para esse futuro que está em nós mesmos – aquilo que é a super-consciência, constantemente levando-nos para cima, cada vez mais alto.
Nós, os músicos, recebemos um grande poder para acender com acordes o fogo do desejo de elevar-se. Fora de nós mesmos. Sejamos cuidadosos de não perder este poder. Não só é importante que os músicos tratem de alcançar as alturas mais elevadas, senão que ademais o campo da vibração que os rodeia é tão forte, tão sobre-elétrico, que qualquer um que penetre neste campo se eleva com os músicos.
Participemos portanto da grande revolução da Humanidade, posto que realmente sabemos o que queremos de verdade.
Vale a pena julgar-se a própria vida quando está em jogo. Mas já não vale a pena quando somente estão comprometidas verdade parciais, grupos privados, problemas nacionais ou problemas políticos unidimensionais. Que não nos domine a idéia de que há alguma classe de validez individual em uma revolução francesa, vietnamita, tcheca, russa ou africana. O único que conta é a revolução da juventude mundial em prol do mais elevado do homem. Nada mais que isto. O homem mais elevado não há de nascer da destruição, da explosão de átomos, de fechar fronteiras viciadas, senão só da consciência crescente de que a humanidade é só corpo, e de que o corpo inteiro está enfermo e incapacitado, enquanto haja um só de seus membros golpeado, ferido, ultrajado ou eliminado.
A batalha – e uma batalha é inevitável - será dura, já que os que estão no poder perderam sua fé na humanidade. Crêem que eles são os escolhidos porque a situação é tal que têm os meios físicos para deter o poder. Tem a sua disposição dogmas e os sistemas morais, políticos e religiosos que usam para julgar e dar ordens aos mais débeis. Mas na realidade, são prisioneiros de sua própria razão, que divide tudo para poder “entender” e controlar o mundo.
Portanto, os engenheiros da razão perderam em ultima analise suas guerras não santas porque têm calos e não têm nenhuma super consciência do homem mais elevado que inspire suas ações. Somos governados por generais de exército, magnatas financeiros, estadistas, oficiais de partido, fanáticos religiosos, líderes grupais e especialistas em administração.
Que outra coisa podemos esperar do mundo sob estas circunstâncias?
Mas comecemos desde a linha de partida: desde nós mesmos. E quando tenhamos adquirido a consciência mais elevada já não necessitaremos “ser governados”. Então obteremos conselhos dos santos – não dos santos da igreja mas sim dos espíritos que servem a toda a humanidade, que adquiriram uma consciência universal que vai mais além das diferenças de religião e raça e que não confunde universalidade com uniformidade.
O que tem tudo isso a ver com a música?
Hoje o que interessa é a totalidade. Se entendermos isto, faremos uma música verdadeira que permitirá que esta totalidade se possa conhecer.
www.rapidshare.com/files/95714713/Stockhausen__K._-_Helikopter-Quartett.rar
segunda-feira, 16 de junho de 2008
!!!VIVA PAULO SZOT!!!
!!!Momento Histórico!!!
Paulo Szot é o primeiro brasileiro a levar o maior prêmio para um artista na Broadway, o "Tony"!!! Melhor ator em musical!!!
Como Villa-Lobos, 60 anos atrás com sua conturbada "Magdalena", Paulo saiu do cenário operístico diretamente para a Broadway, sem passar pelo teatro, propriamente.
Apesar da resistência da Broadway a "estrangeiros", Paulo simplesmente ganhou todos os prêmios que foi indicado.
Por que?
Porque é inquestionável o seu valor artístico!!!
Simples!!!???
Grande!!!
Tony Award - Best Actor in a Musical
Drama Desk Award- Outstanding Actor in a Musical
Outer Critics Circle Award- Best Actor in a Musical
Theater World Award - Best performance in New York
Sua carreira está num crescente contínuo, e continuará assim!!! Sempre!!!
Paulo é um artista completo. Desde o início quando o conheci no Teatro Municipal de São Paulo (1994) onde fizemos sua estréia na Vesperal Lírica com a ópera "Il Trovatore", percebi que se tratava de um outro tipo de artista, daqueles que transcendem.
Sua musicalidade é igualmente extraordinária quanto o seu conhecimento musical e sua técnica de canto.
Tive o grande prazer de trabalhar com o Paulo várias vezes e nos tornamos amigos. Estive com ele desde as suas estréias em vesperal lírica, ópera e teatro!!!.
Sim fizemos teatro!!! NxW de Gerald Thomas, onde Paulo cantava (maravilhosamente) o "Liebstod" de "Tristão e Isolda" acompanhado por mim ao piano.
Tive a honra de ter tido Paulo como meu Don Giovanni em duas produções, uma aqui no Festival Amazonas de Ópera em 2002, e outra na Ópera da Colômbia em 2006.
Uma das minha grandes felicidades musicais foi escrever as variações de Don Giovanni especialmente pra ele; a sua canzonetta "Deh! vienni alla finestra" é inesquecível!!!
Paulo Szot (em dois momentos incríveis de South Pacific)
http://www.youtube.com/watch?v=b198Aap7nH0
http://www.youtube.com/watch?v=WSH6oBRw6rw&NR=1
Ezio Pinza (lendário baixo que estreou South Pacific em 1949)
http://br.youtube.com/watch?v=x1qpQb11YWc&feature=related
DON GIOVANNI, ossia il Dissoluto Punito
Wolfgang Amadeus Mozart / Lorenzo da Ponte
http://rapidshare.com/files/123009231/Don_Giovanni_Atto_I_-_De_Jesus__Szot__Jarman__Lopera__Krull__Do_Valle...__pera_de_Bogot_.mp3
http://rapidshare.com/files/123019433/Don_Giovanni_Atto_II_-_De_Jesus__Szot__Jarman__Lopera__Krull__Do_Valle...__pera_de_Bogot_.mp3
Paulo Szot é o primeiro brasileiro a levar o maior prêmio para um artista na Broadway, o "Tony"!!! Melhor ator em musical!!!
Como Villa-Lobos, 60 anos atrás com sua conturbada "Magdalena", Paulo saiu do cenário operístico diretamente para a Broadway, sem passar pelo teatro, propriamente.
Apesar da resistência da Broadway a "estrangeiros", Paulo simplesmente ganhou todos os prêmios que foi indicado.
Por que?
Porque é inquestionável o seu valor artístico!!!
Simples!!!???
Grande!!!
This is unbelievable. Liza Minnelli. Wow!
Já nos bastidores, ele agradece e encerra em português:
"Eu dedico este prêmio ao povo brasileiro, especialmente aos artistas, que lutam por reconhecimento nacional e internacional. Um beijo no coração do meu Brasil."
Tony Award - Best Actor in a Musical
Drama Desk Award- Outstanding Actor in a Musical
Outer Critics Circle Award- Best Actor in a Musical
Theater World Award - Best performance in New York
Sua carreira está num crescente contínuo, e continuará assim!!! Sempre!!!
Paulo é um artista completo. Desde o início quando o conheci no Teatro Municipal de São Paulo (1994) onde fizemos sua estréia na Vesperal Lírica com a ópera "Il Trovatore", percebi que se tratava de um outro tipo de artista, daqueles que transcendem.
Sua musicalidade é igualmente extraordinária quanto o seu conhecimento musical e sua técnica de canto.
Tive o grande prazer de trabalhar com o Paulo várias vezes e nos tornamos amigos. Estive com ele desde as suas estréias em vesperal lírica, ópera e teatro!!!.
Sim fizemos teatro!!! NxW de Gerald Thomas, onde Paulo cantava (maravilhosamente) o "Liebstod" de "Tristão e Isolda" acompanhado por mim ao piano.
Tive a honra de ter tido Paulo como meu Don Giovanni em duas produções, uma aqui no Festival Amazonas de Ópera em 2002, e outra na Ópera da Colômbia em 2006.
Uma das minha grandes felicidades musicais foi escrever as variações de Don Giovanni especialmente pra ele; a sua canzonetta "Deh! vienni alla finestra" é inesquecível!!!
!!!BRAVO PAULO!!!
Paulo Szot (em dois momentos incríveis de South Pacific)
http://www.youtube.com/watch?v=b198Aap7nH0
http://www.youtube.com/watch?v=WSH6oBRw6rw&NR=1
Ezio Pinza (lendário baixo que estreou South Pacific em 1949)
http://br.youtube.com/watch?v=x1qpQb11YWc&feature=related
DON GIOVANNI, ossia il Dissoluto Punito
Wolfgang Amadeus Mozart / Lorenzo da Ponte
Don Giovanni Paulo Szot (Brasil)
Donna Anna Georgia Jarman (EUA)
Don Ottavio Juan José Lopera (Colômbia)
Il Comendatore Pepes do Valle (Brasil)
Donna Elvira Marguerite Krull (EUA)
Leporello Juan Tomás Martínez (Venezuela)
Masetto Camilo Mendoza (Colômbia)
Zerlina Adriana Montaña (Colômbia)
ORQUESTRA FILARMôNICA DE BOGOTÁ
Diretor Musical Marcelo de Jesus (Brasil)
Diretor Cênico Alejandro Chacón (Argentina)
http://rapidshare.com/files/123019433/Don_Giovanni_Atto_II_-_De_Jesus__Szot__Jarman__Lopera__Krull__Do_Valle...__pera_de_Bogot_.mp3
domingo, 15 de junho de 2008
XII FESTIVAL AMAZONAS DE ÓPERA
Richard Strauss – “ARIADNE AUF NAXOS” – Teatro Amazonas – Abril: 17,20 e 26
Mordono – Caio Ferraz
Mestre de Música - Francisco Frias
Compositor – Celine Imbert
O Tenor / Bacchus – Michael Hendrick
O Oficial – Eric Herrero
Um Metre du ballet – Geilson Santos
Peruqueiro – João Batista
O Lacaio – Eduardo Amir
Zerbinetta – Rosana Schiavi
Primadonna / Ariadne – Viriginia Dupuy
Arlequim – Leonardo Pace
Scaramuccio – Thiago Soares
Truffaldim – Lucas Debevec-Mayer
Brigella – Flávio Leite
Naiade – Gabriella Pace
Driade – Elaine Martorano
Eco –Edna d’Oliveira
AMAZONAS FILARMÔNICA
Direção Musical e Regência: LUIZ FERNANDO MALHEIRO
Direção Cênica, Concepção e Iluminação: CAETANO VILELA
Cenários: RENATO THEOBALDO & ROBERTO ROLNIK
Figurinos: OLINTHO MALAQUIAS
Assistente da direção musical: Franco Bueno
Assistente de direção e direção de palco: Flávia Furtado/Thiago Rodrigues
Pianistas preparadores: Carlos Morejano e Nathália Kato
http://rapidshare.com/files/122290943/Ariadne_aufNaxos_-_Luiz_Fernando_Malheiro_17_04_2008_disco_1.zip
http://rapidshare.com/files/122295592/Ariadne_aufNaxos_-_Luiz_Fernando_Malheiro_17_04_2008_disco_2.zip
http://rapidshare.com/files/122295593/Ariadne_aufNaxos_-_Luiz_Fernando_Malheiro_17_04_2008_disco_3.zip
Gustav Mahler – “DAS LIED VON DER ERDE” (A CANÇÃO DA TERRA)
Teatro Amazonas – Abril: 19 e 23
Denise de Freitas – mezzo-soprano
Michael Hendrick – tenor
AMAZONAS FILARMÔNICA
Direção Musical e Regência: LUIZ FERNANDO MALHEIRO
Assistente da direção musical: Franco Bueno
Pianista preparador:Thiago Rodrigues
http://rapidshare.com/files/122430839/Das_Lied_von_der_Erde_-_Luiz_Fernando_Malheiro_08.zip
“BARROCA” Teatro Amazonas – Maio: 03
Concerto com obras de Georg Friedrch Händel
“ABERTURA” da ópera “GIULIO CESARE”
“PIANGERÒ LA SORTE MIA” – Ária de Cleópatra da ópera “GIULIO CESARE”
“SVEGLIATEVI NEL CORE” – Ária de Sesto “GIULIO CESARE”
“SORGE INFAUSTA UNA PROCELLA” – Ária de Zoroastro da ópera “ORLANDO”
“VENTI, TURBINI, PRESTATE”- Ária de Rinaldo da ópera “RINALDO”
“WHY DO THE NATIONS?” – Ária do oratório sacro “MESSIAH”
“COMFORT YE...EV`RY VALLEY” – Recitativo e ária do oratório sacro “MESSIAH”
“REJOICE GREATLY” – Ária do oratório sacro “MESSIAH”
“CARA SPOSA” - Ária de Rinaldo da ópera “RINALDO”
“HAPPY WE” - - Dueto e Coro - “ACIS AND GALATEA”
INTERVALO
“CONCERTO GROSSO OP.6 Nº5”
“QUI TI SFIDO” – Ária de Teseo da ópera “ARIANNA”
“LASCIA CH’IO PIANGA” – Ária de Almirena da ópera “RINALDO”
“VOUCHSAFE, O LORD” – Ária do oratório sacro “TE DEUM”
“OMBRA MAI FÙ” – Ária de Xerxes da ópera “XERXES”
“WHERE'ER YOU WALK” – Ária de Júpiter da ópera “SEMELE”
“TORNAMI A VAGHEGGIAR” – Ária de Morgana da ópera “ALCINA”
“HONOUR AND ARMS SCORN SUCH A FOE” - Ária de Harapha do oratório “SAMSON”
“FURIBONDO, SPIRA IL VENTO”- Ária de Arsace da ópera “PARTENOPE”
“LOVE SOUNDS TH`ALARM” - Ária de Acis da ópera “ACIS AND GALATEA”
“RITORNI OMAI NEL NOSTRO CORE” – Dueto final e coro da ópera “GIULIO CESARE”
Gabriella Pace - soprano
Marconi Araújo - contratenor
Flávio Leite - tenor
Leonardo Pace - barítono
CORAL DO LICEU DE ARTES E OFÍCIOS CLÁUDIO SANTORO
ORQUESTRA DE CÂMARA DO AMAZONAS
Direção Musical e Regência: MARCELO DE JESUS
http://rapidshare.com/files/122736453/BarrOCA_-_Marcelo_de_Jesus_-_Orquestra_de_C_mara_do_Amazonas_Parte_I.zip
http://rapidshare.com/files/122741675/BarrOCA_-_Marcelo_de_Jesus_-_Orquestra_de_C_mara_do_Amazonas_-_Parte_II.zip
Giuseppe Verdi – “MESSA DA REQUIEM” Homenagem a Pier Miranda Ferraro
Matriz de Nossa Senhora da Conceição – Maio: 10
Nuccia Focille
Eugenie Grunewald
Michael Hendrick
Lucas Debevec-Mayer
CORAL DO AMAZONAS
AMAZONAS FILARMÔNICA
LUIZ FERNANDO MALHEIRO
http://rapidshare.com/files/122479966/Messa_da_Requiem_-_Luiz_Fernando_Malheiro_08_disco_1.zip
http://rapidshare.com/files/122487107/Messa_da_Requiem_-_Luiz_Fernando_Malheiro_08_disco_2.zip
Gian Carlo Menotti – “MARIA GOLOVIN” - Teatro Amazonas – Maio: 21/23/25
Maria Golovin - Nuccia Focile
A mãe – Eugenie Grunewald
Donato – Eduardo Amir
Agata – Denise de Freitas
Doutor Zuckertanz – Flávio Leite
O Prisioneiro – Homero Velho
Trottolò – Pedro Henrique Góes Lima
CORAL DO AMAZONAS
AMAZONAS FILARMÔNICA
Direção Musical e Regência: LUIZ FERNANDO MALHEIRO
Direção Cênica: VINCENT BOUSSARD
Cenários: VINCENT LEMAIRE
Figurinos: CHRISTIAN LACROIX
Assistente da direção musical: Franco Bueno
Assistente de direção: Lívia Sabag
Direção de palco: Thiago Rodrigues
Pianista preparador: Lucas Bojikian
Figurinos, Cenários da Produção Ópera de Marseille / Costumes et
décors de la production Opéra de Marseille
http://rapidshare.com/files/122471232/Maria_Golovin_-_Luiz_Fernando_Malheiro_08_disco_1.zip
http://rapidshare.com/files/122430840/Maria_Golovin_-_Luiz_Fernando_Malheiro_08_disco_2.zip
http://rapidshare.com/files/122471233/Maria_Golovin_-_Luiz_Fernando_Malheiro_08_disco_3.zip
Giaccomo Puccini – “TURANDOT” – Largo de São Sebastião – Maio: 29/31
Turandot – Eiko Senda
Calaf – Martin Mühle
Liù – Gabriella Pace
Timur – Lucas Debevec-Mayer
Ping – Homero Velho
Pang – Eric Herrero
Pong – Flávio Leite
Mandarino – Eduardo Amir
Imperador Autoum – Flávio Leite
CORAL INFANTIL DO LICEU DE ARTES E OFÍCIOS CLAUDIO SANTORO
CORAL DO LICEU DE ARTES E OFÍCIOS CLAUDIO SANTORO
CORAL DO AMAZONAS
BALÉ FOLCLÓRICO DO AMAZONAS
COMPANHIA DE DANÇA DO AMAZONAS
AMAZONAS FILARMÔNICA
Direção Musical e Regência: MARCELO DE JESUS
Concepção e Direção Cênica: EMÍLIO DI BIASI
Figurinos*: ADAN MARTINEZ
Iluminação: CAETANO VILELA
Coreografia: ANDRÉ DUARTE
Pianistas preparadores: Franco Bueno, Thiago Rodrigues, Lucas Bojikian, Nathália Kato
Assistentes de direção cênica: André Duarte, Cléia Mangueira
Assistente de Figurino: Jairo Sanchez Riano
Coordenador de Figuração: Francisco Mendes
Assistente Coordenador Figuração: Cyndi Mendes
*Figurinos cedidos gentilmente pela Opera de Colombia – Fundación Camarin Del Carmen
http://rapidshare.com/files/122719051/Turandot_-_Marcelo_de_Jesus.zip
Assinar:
Postagens (Atom)